sábado, 26 de dezembro de 2009

Um conto quase real



O dia estava clareando aos poucos quando me assustei com a musica do despertador. Olhei para o teto e o meu quarto estava claro, como se eu estivesse com o abajur aceso. Calcei os meus sapatos fofos e fui fazer a minha monótona rotina matinal. Depois o café, coloquei meus fones de ouvido e sai ouvindo a minha musica que por muitos já foi chamada de ridícula. Para mim, as pessoas que não aceitam opiniões diferentes são intolerantes que vivem em um mundinho ignorante.
Ao percorrer o caminho até a escola, vi o final do nascer do sol, e por alguns segundo, sorri.
Sempre olhando para o chão, vi meu all star velho e rasgado , eu estava tentando achar uma desculpa para parar de usá-lo, mais ele é tão confortável.
Agora na rua do colégio me dei conta de que tinha pisado no coco. O meu primeiro pensamento foi: “- Terei sorte!”
Depois da entediante manhã, tentando dormir na primeira aula, ouvindo conversas inúteis e verdades decepcionantes. Voltei para casa, depois do almoço tentei descansar, e fui assistir aqueles clipes dizarros da MTV. ( que eu adoro )
Mais tarde tomei outro banho, coloquei uma blusinha qualquer que achei no guarda-roupa e troquei o All Star por uma sapatilha qualquer. Sai de novo, dessa vez fui garantir o meu futuro no curso.
Quando sai de lá, parei na vitrine da livraria. Apreciei a capa. Foi quando vi sair de dentro da livraria. Aqueles olhos meigos que aparentavam esconder um segredo, me machucaram por dentro. Foi quando pensei ter sentido um choque térmico, um calor e logo depois um frio absurdo.
Depois dessa tarde, os meus dias não foram mais os mesmos.
E foi ali, perto da livraria, lembrando dessa historia, com um rosar de nariz e um afago nos cabelos que ouvi o primeiro “eu te amo”.



                                                                Marcela Alves

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