domingo, 29 de janeiro de 2012

Dia-a-dia




Depois de um exaustivo dia se perguntando “o que é mesmo que eu estou fazendo aqui?”, joguei-me na cama. Já passava das dez horas quando pude ficar realmente só embora estivesse totalmente distante mesmo no meio de todos.

Fiquei ali ouvindo alguma coisa que tocava na radio, imaginando coisas, pensando nas hipóteses, fazendo planos.  Depois tive uma terrível recaída e acabei ligando para o carinha por quem me apaixonei há quase quatro anos e que definitivamente não quer nada comigo, mas liguei só para ouvir a voz dele.

E para acabar o meu terrível dia cruel e exaustivo, fiquei lá rolando na cama com meus pensamentos sórdidos porque são as únicas coisas que eu tenho no momento, meus pensamentos. Impróprios e sórdidos vale tudo. Desde sonhar com o caixa gatinho do banco até aquele jogador de futebol gratíssimo. (todos inalcançáveis claro)

Afinal, o que seria de nós, pobres mortais sem os pensamentos impróprios que ninguém precisa saber como nós os alimenta.  Seria no mínimo injusto não sonhar com o moço da padaria ou imaginar o caixa do banco deitado em sua cama. Ainda mais hoje com essa historia de Face Book, aproximando as pessoas. Tornando alguns fetiches reais.

Depois de tudo isso, acordo até mais leve, mais de que adianta? Sempre que imagino que nada vai piorar, vem um filho da P.. Nada satisfeito e Fo.. Com tudo.

 Depois de planejar um ano inteiro e no ultimo minuto ver tudo desabando como a mare engolindo um castelo de areia, se decepcionar com tanta gente e ter de deixar tudo para traz, mas sem sair do lugar, ter de ignorar a vontade de sumir no meio do mundo se libertando dos celulares e das redes sociais. Mas depois de acordar ver que tudo esta ali do mesmo jeito e ter de inventar um jeito para lhe dar com todos aqueles monstros.
Já chorei, mas nem adianta mais. As lagrimas saem, aliviam no momento e os problemas continuam ali, intactos, no mesmo lugar.  Esperando a gente se defender ou só observando o sofrimento alheio, observando como nós morremos mais rápido.

Claro que a recompensa por enfrentar todos eles é bem grande, mais fiquei pensando se vai demorar muito. Sou totalmente impaciente e geralmente meus esforços não tem dado em nada. 

 Estou cansada de fazer tanta coisa para no final não dar em nada e depois pensar em quanto tempo eu perdi.  Exausta de chegar um pouco mais perto da minha felicidade e depois ter de voltar para traz com uma mão na frente e outra atrás ouvindo a pessoa que supostamente deveria me amar dizendo para eu esperar.

Cansei de esperar que as coisas aconteçam, eu quero tudo já. Agora. Imediatamente. Mas comigo as coisa não acontecem, geralmente não dão certo. Nada que eu faça parece ser bom ou certo então continuo assim, deixando as coisas passarem, ignorando a sensação de vazio e pegando no sono com meus pensamentos sórdido.

Marcela Alves

sábado, 28 de janeiro de 2012

Sobre continuar sempre.





E aquela garota espevitada que falava com as mãos e o corpo, que vivia a sorrir, lembram-se?  Então, ela desabou de novo e dessa vez, na frente de todos.
Em uma das mãos um guarda chuva rosa vibrante e na outra um coração dilacerado, cansado de tanta dor.
Em quanto caminhava as lagrimas escorreram descontroladamente por seu rosto pálido. Se havia pessoas não sei, talvez sim, talvez não. Mas o vazio a sensação de estar só no mundo era evidente.
Passaram-se dias depois daquela trágica noite, e aquela garota continuou a ser espevitada, a chamar a atenção por onde passava, mas onde havia um coração, só existia um vazio agora e a certeza de que ninguém o preencherá.



Marcela Alves

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012



Deitará no chão gelado, de seu apartamento recém mobilhado.
Havia poeira e uma taça de vinho acompanhada de uma garrafa debruçada sob o chão. Rolava alguma coisa entra Bon Jovi e Bryan Adams.
Havia tristeza de mais, solidão espalhada pela casa. Pés descalços, A cabeça afundada em um travesseiro. A saudade estampada nas paredes, fotos pelo chão e porta retratos vazios.
Apenas uma frase ecoava por entre as paredes geladas do cortante inverno que faz em porto alegre: - Por Favor perdoe-me, eu não consigo parar de amar você.
Repetiu varias e varias vezes até cair no sono e se lembrar de que um dia tudo passa.
Marcela Alves


“Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e musicas, algum tipo de consolo, como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar uma das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas e que iria passar.” – Caio Fernando Abreu

sábado, 14 de janeiro de 2012

Enquanto os Caminhos não se Cruzam



Nesse dia havia um sol estonteante iluminando todo o litoral e eu procurava uma arvore que fosse capaz de me proporcionar uma sombra refrescante.
Aconcheguei-me então na graminha verde do parque.
Enquanto me refrescava com um gole d’agua, ele passará com sua roupa toda social (ossos do oficio), me fazendo sorrir com seu olhar desconfiado, me deixando encabulada, com bochechas rosadas e borboletas no estomago.
Ele me faz sorrir. Levando em consideração que ele ainda não sabe da minha existência. Isso basta.
Completei minha tarde com um sorvete de casquinha e fui para casa à espera de outra aparição inesperada que me deixasse de bochechas rosadas.

Marcela Alves

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

To exausta de contruir e demolir fantasias. Não quero me encantar com mais ninguem.

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012