sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

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Há algumas semanas atrás eu ganhei um daqueles gatos de porcelana que a gente coloca em cima de uma pilha de papel.
Na noite passada tive a impressão de que ele me olhará a noite inteira.
Tenho tido noites tão doloridas e dias cumpridos, cheios de melancolia.
Nas ultimas visitas que fiz ao meu pai no Hospital, depois de tanto observar cheguei a conclusão de que um hospital é uma espécie de acumulador de historias. Conheci pessoas com todos os tipos de historias e nacionalidades também.
Como uma religiosa, rezo quase todas as noites pedindo para que amenizem as nossas dores, curando as nossas feridas.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Aquela menina


Lá vai aquela moça de cabelos negros ao vento, passando pela praça, com seu caderninho de contos pessoais, os olhos sempre marejados e um sorriso nos lábios.
Quem a observa passar não imagina quantas derrotas estão acumuladas em seu pequeno coração.
Derrotas essas causadas por suas próprias atitudes ou pequenos golpes que a vida insiste em dar diariamente.

“Talvez ela procurasse a felicidade nos lugares errados ou talvez ela procurasse de mais.”

Dentro dela havia um coração frágil cheio de cicatrizes. Em uma mão carregava um punhado de esperanças, sem saber o que fazer com ela, colocava no bolso do seu Jeans velho todas as manhas. Sabia que um dia iria usa-la.
Ela sairá quase todas as noites que lhe restava para procurar essa tal parte que lhe faltava.

Marcela Alves

“Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer. O problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa para começar a acontecer.”

Caio Fernando Abreu

Sem Titulo

Chegou toda sem jeito, tímida sem saber o que faze ou na onde ir.  Foram uma, duas a mais algumas outras cervejas e bebidas diversas. As gargalhadas começaram a ficar altas de mais, o mundo começou a girar mais rápido e as pessoas a chegarem mais perto. Começaram a colocar mais bebidas em sua mão e palavras em sua boca.
O tempo não passava e tudo ficava mais confuso, mais barulhento, mais vulgar. Em seu celular, nada de ligações perdidas nem mensagens não lidas. Tomou a iniciativa então.  “Too muito bêbada, quero você aqui!”
Depois de algumas mensagens ele apareceu para busca-la. Cambaleou um pouco até chegar ao carro. Ele riu.

“-Você esta engraçada, nunca te vi assim“

Ela sem jeito o fitou e disse: “- Que bom que você veio!“
Foram para bem longe de todo o caos. Passaram a noite juntos, entrelaçados. O que seria vulgar para muitos, foi bonito e doce para eles.
Já passava das quatro da manha quando ela fitou-o mais uma vez e disse: “- A melhor parte da festa foi você vir me buscar e me levar para longe de tudo.



Marcela Alves


sábado, 17 de dezembro de 2011

Aqueles Dois




Havia amor, mais do que qualquer outro sentimento. Havia mais do que apenas o desejo de se comunicarem.
E até mesmo quem os olhará na fila da padaria, saberá que existia amor entre aqueles dois.



Marcela Alves